quinta-feira, 10 de julho de 2008

6 meses depois..

Após 6 meses de mais uma viagem feita, fico pensando no que ela contribuiu para mim. A simplicidade do povo dos lugares esquecidos do Brasil é o que mais me chamou a atenção. Em nosso país, temos mais do que pessoas falando do alto de uma pedra, homens que não comem a mais de anos, ou grandes gurus dizendo aos demais como se comportar. Temos mais do que pessoas eruditas, cheias de cultura e que vivem para explorar mundo a fora. Por aqui, o que vi foi gente que sempre viveu no mesmo lugar. Gente que não tem nada e tudo o que recebe, agradece a Deus. Atitudes de pessoas simples.

Aos poucos fui me dando conta que mais valia eu conhecer alguém que sempre esteve na mesma terra, do que o sujeito que nasceu em um lugar, foi para outro e depois para outro e era famoso em algum sentido. Preferi conhecer quem não tinha fama alguma. Quem era pacato. Quem era simples. Quem tinha um jeito sereno de estar na vida sofrida do interior do Brasil.

Essas pessoas me fizeram entender o que é viver com pouca coisa. Eu, com minha mochila, era um andarilho com uma mochila. E nada mais. Aprendi a dar o valor pras coisas: eu, como um ponto na terra; o dinheiro, como meio para conseguir algumas coisas; os relacionamentos, como um bem precioso; a família, a coisa mais importante; a natureza, aquilo que podemos contemplar e, por isso mesmo, cuidar com carinho.

Nosso país é cheio de gente simples, curandeiros, rezadores, médiuns. Gente com fé. Finalmente sei o que é o "catolicismo popular" e a força de nosso povo. Ainda bem que esse tipo de gente não faz propaganda de si, e nem caiu nos roteiros turísticos, esotéricos, mundrungos, neo-hippies e no gosto dos extrangeiros. Só sabe quem quer ver para além das aparências...