segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Itacarambi - 05/01/2008

Mais uma caminhada até a estrada. Parou um moço que nos deixou em Itacarambi. A cidade era muito bonitinha. Muito mesmo. Toda enfeitada. As ruas, de pedra, eram decoradas com pedras pintadinhas e árvores por toda a calçada.

Itacarambi e suas ruas coloridas e arborizadas.

Na beira do rio, um calçadão todo florido. Ali perto, havia o Parque Nacional do Peruaçu. De longe, avistávamos que devia ser bem legal. Parque fechado para visitação, porém nos contaram que em Itacarambi eram possível fazer uns contatos. Nos hospedamos num pulgueirinho e fomos dormir cedo.

Tudo bem, não era pulgueiro. Só um muquifinho.

Estávamos quebrados. Durante esse dia, fomos atrás do cara do IBAMA. A irmã dele nos recebeu. Disse que poderia ir com a gente, pois queria tirar umas fotos do parque, antes que outro terremoto destruísse a paisagem. Dias antes, ali pertinho um terremoto de quase 5 graus arrasou várias casas. Centenas de desabrigados estavam em Itacarambi. Pois bem, a moça queria ir tirar fotos. E nos disse que o irmão autorizaria. No entanto, era preciso um guia. Ela mesma nos indicou Raimundo. Detalhe: não devíamos mencionar que ela iria junto. Uma situação constrangedora. Mentir nunca é o melhor caminho. Fomos falar com ele. Não estava. Voltamos à noite. Ele fez um drama e não quis nos levar no dia seguinte, Domingo. Deu uma desculpa qualquer. Dias antes, havia levado um motoqueiro aventureiro, que filmou vários vídeos. Pelo menos, nos mostrou alguns vídeos. Eram pinturas rupestres e várias grutas incríveis. Fomos falar com a moça para agitar tudo para a Segunda-feira. Tudo certo. No Domingo, de novo falando com o Raimundo. E ele negou de novo. Ele não tinha carro e nós não conseguimos arrumar carro. A moça também não conseguiu. Ai, depois de tanta enrolação, perguntei pra moça o motivo da mentira. Claro!! O rapaz era ex-namorado dela! Ela o trocou por outro cara. E, sabe-se lá porque, queria “revê-lo”. Todos nós saímos perdendo. A moça, não viu o cara. Nós, não vimos o parque do Peruaçu. O rapaz, não nos levou e deixou de firmar maiores redes de contato. Enfim, a mentira, definitivamente, é sempre o pior caminho. Legal mesmo foram os pais de Raimundo. Dona Lourdes e Seu Dudu. Os dois eram dois senhores engajados com a igreja e com a comunidade. Ele era sanfoneiro e, nas tantas, todos nós começamos a tocar música naquela casa humilde. Muito legal o som que fizemos. D. Lourdes lembrava da música que o bispo ensinou há vários anos atrás, para proteger o rio. O bispo D. Luis Cappio, que fez greve de fome. Uma música bem politizada. Isso foi Sábado. Na cidade, nada de mais. Todo mundo foi pra Itacarambi, no tal do festival com Biquini Cavadão. Da hora, hein. No domingo, eles nos levaram para o reizado na casa de uma outra senhora. Foi muito legal. Primeiro, as rezas para os reis magos. Depois, as músicas de reis. Ai, pra finalizar, o samba. Gostei muito. Todo mundo muito simples. Gente pobre, com riqueza inestimável na fé.

Samba depois de Reis.

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