terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Encantado - 12/01/2008

Sábado, resolvemos ir até o Encantado. É um lugar entre Barra e Xique-Xique. Ali é o sertão. Mas no Encantado, é uma cachoeira com águas cristalinas. Fomos andando até a balsa. Um belo rolê no sol. Ai, 2h esperando alguém passar. Eu fiquei dormindo ali no chão do posto de controle, numa sombrinha. Parou um mini-ônibus. Uma turma saindo de Bom Jesus da Lapa indo pra Xique-Xique. Nunca haviam estado por ali. Nem o pessoal do posto de controle sabia onde era o encantado. O que sabiam era que tinha uma placa pequena na pista. Fomos no ônibus, atento às placas. Mas não haviam placas. Na pista, só árvore ressecada rasteira. Uma linha reta só. Até que, depois de várias km, se aproximam umas pequenas elevações de pedra. Dei-me conta que seria mais ou menos ali. Ai, a Maíra e um cara viram uma placa. O motorista parou muito adiante. Ninguém havia visto o que estava escrito. O motorista seguiu adiante. Ai, insistimos em parar. Descemos ali mesmo, no meio do nada. Não haviam carros, nem casas, nem nada. Só a pista em linha reta, o sol de rachar e muita caatinga.

Esta sim, uma estrada no meio do nada!

Milagrosamente, passou um carro. Pensamos em pará-lo. Quase nos atropelou. Fomos andando até a placa. Pronto! Era a placa do "Encantado". Andamos 3km no sol e numa estrada de areia. No meio do caminho, uma casa sem luz elétrica com um cara. Um garimpeiro. Nos deu de beber.

A casa do garimpeiro.

Seguimos e achamos o Encantado. Um lugar com água cristalina e uma cachoeira sem água, por conta da seca forte desta época do ano. Pedras bem bonitas por lá. Conversei com alguns garimpeiros que apareceram por lá. É terra de extração de critais. Conhecemos uma família grande que estava ali. Nos deram de comer.

Encantado.

Antes do sol baixar, andamos até a estrada. Ai, a família passou e nos deixou em um lugar onde há um bar, para pegarmos uma carona. Conseguimos um caminhão com dois caras. Eles iam dormir em Barra. Ficaram no nosso dormitório. Foi engraçado o motorista se borrando de medo de atravessar a balsa!

Esperando a balsa chegar para atravessar o rio, com os caminhoneiros. Todo dia, era pôr-do-sol fantástico.

À noite, Sabadão, resolvemos dar uma voltinha. A praça da cidade, com uma bandinha que era um lixo. Ai, fomos comer na lanchonete que conhecemos um rapaz. Ele ia pra São Paulo em breve, pela primeira vez, e ficamos dando umas dicas pra ele. O moço nos contando sobre o agito da cidade. Tinha um outro lugar, em uma localidade ali perto, com um bar com música ao vivo. Era distante. Nas tantas, pedi a bicicleta dele. Insisti um pouco e sai andando, com a Maíra no cano. Pedalei até a saída da cidade. Depois, uma estrada de terra bem longa. A noite completamente escura, apenas com as estrelas nos iluminando. Tive que pedalar mais rápido pra fugir de uns cachorros. Até que finalmente chegamos no vilarejo. As pessoas com os colchões na rua, por conta do calor. O bar, com forró, samba e axé ao vivo. A melhor banda da cidade. Assim que cheguei, encontrei a funcionária do dormitório. Tava com um vestido branco super curto, bem decotado, salto-alto branco. Tava de matar. Piriguete, como costumam simpaticamente denominar as moças trajadas de gala. Antes deu ficar feliz, certifiquei-me de seu estado civil. Já adianto que tudo só ficou na imaginação e por alguns minutos, apenas. Na volta, mais cachorros tentando me morder. Ai, um moto-boy bêbado parou. Tive que fugir dele também. Chegamos na cidade a salvos.

Um comentário:

Luka disse...

"Piriguete, como costumam simpaticamente denominar as moças trajadas de gala"
hahahahahahhaha!